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Identidade

A identidade é um conjunto de atributos formados a partir do contexto social, da socialização, da atividade dos grupos sociais (desde a família até os diferentes grupos do macrocosmo), da objetividade social, do reconhecimento de si no outro e das atitudes tomadas, das ações e escolhas individuais. A formação da identidade se dá por uma série de fatores entremeados – emaranhados, desde os biológicos, os sociais, os psicológicos, históricos, entre outros.


De acordo com Maria da Graça Corrêa, a identidade é gerada pela socialização e garantida pela individualização, ou seja, a imagem, representação, conceito de si, traços e sentimentos que no geral, o indivíduo reconhece como dele próprio. A identidade pode ser representada pelo nome, pelo pronome eu ou por papéis sociais que a pessoa desempenha, sendo assim, é um conjunto de representações que responde à pergunta “quem é você?”. Às vezes por dificuldade conceitual, a identidade é dividida entre duas linhas: a pessoal (atributos e características) e/ou social (pertencimento a grupos ou categorias). A pessoa se configura como personagem e autor de sua própria história, uma vez que esta tem um papel ativo e determinante em seu contexto.


Antônio da Costa Ciampa (2012), no capítulo ao qual discorre sobre Identidade, no livro “O homem em movimento”, menciona a forma com que a identidade do outro reflete na identidade individual de cada um, e vice-versa; tanto de forma micro, quanto macro. O autor traz consigo diversos exemplos, dentre os quais se encontram os meios culturais de entretenimento, como filmes, novelas e histórias de super-heróis, onde aponta que a primeira observação a ser feita acerca da investigação/indagação de nossa identidade se mostra como a descrição de uma personagem (como os que abrigam as categorias artísticas citadas anteriormente), cuja vida aparece numa narrativa a partir de um discurso relacionado com essa história.



Neste sentido, somos ao mesmo tempo, autores e personagens de nossas próprias histórias, assim como as pessoas com quem convivemos, numa autoria coletiva (Ciampa, 2012, 8 p.60). Ciampa também traz importantes aspectos relacionados aos conceitos de identidade, como, por exemplo, as mudanças constantes, que impossibilitam o julgamento de uma identidade fixa, imutável, e, além disso, as construções sociais que dão sentido e valor a estas mudanças e as diferentes formas de identificação dos sujeitos (que partem, por exemplo, de princípios e valores de classe, gênero, e diversas formas de construtos e julgamentos sistemáticos).


A identidade se desenvolve e se constrói de forma recíproca entre os indivíduos, em que o conhecimento de si se desenvolve a partir de identificações e reconhecimento que provem de determinados grupos sociais, cada qual com sua história e características especificas. Neste sentido, cada ser no mundo apresenta-se como um representante de si, contendo em si diferentes papeis e representações multi-relacionadas, numa rede conectada onde cada identidade se reflete na outra, de forma não determinista e sem origem única. Ao mesmo tempo que a identidade reflete as estruturas sociais, ela também as modifica e transforma.


A partir desta ideia, talvez seja possível recorrer também à Vygotsky, e relacionar essa concepção de identidade a partir dos planos genéticos do desenvolvimento humano (filogênese, ontogênese, sociogênese e microgênese). Onde o desenvolvimento e a transformação dos indivíduos acontecem nos contínuos reposicionamentos do sujeito diante dos conflitos que caracterizam o drama da existência, os quais resultam em uma configuração dinâmica e singular. Para Vygotsky (1998), o ser humano surge, a partir do nascimento, em um meio cultural já repleto de significações social e historicamente produzidas. Essas diversas significações vão ser codificadas e identificadas ao longo das experiências humanas, e frequentemente irão passar por processos de ressignificação, sendo então apropriadas pelas relações dos sujeitos (VYGOTSKY, 1998 p.171).


Ciampa ainda traz a importância da historicidade e de se perceber o ser humano como um ser sócio-histórico, num meio humano que se diferencia dos animais em que construímos nosso próprio contexto, produzindo suas próprias condições de existência e como um ser de possibilidade que compõe sua essência histórica. Ainda em relação à historicidade, é necessário pontuar que a questão da identidade vai se colocar de diferentes maneiras em diferentes sociedades, ligadas a ordem simbólica de cada sociedade e seu contexto histórico.



SILVA, Amanda Cristina Gontijo. Mulheres nos Games: Identidade, Gênero e Cibercultura. 2021. Monografia (Curso de Graduação em Psicologia), Faculdade de Psicologia, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2021.

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